terça-feira, 19 de setembro de 2017

O abraço da alma

          Após a Argentina vencer a final da Copa do Mundo de 1978, o Monumental de Nuñez entrou em clímax. As pessoas ficaram felizes pela vitória, mas não era só porque se tornavam campeões mundiais, e sim pelo contexto da história. O país passava pela Guerra Suja. Repressão, desaparecimentos, mortes e muito sofrimento. Os argentinos se uniram para torcer pela sua seleção e tentar amenizar um pouco do sofrimento.
          A Seleção Argentina chegou à final contra a Holanda. Quatro anos após perder a Copa do Mundo de 1974, o Carrossel Holandês tentava o título na América do Sul. Mas a união da torcida local com sua seleção foram mais forte. Após os 90 minutos e o empate em 1 a 1, o jogo foi para a prorrogação e terminou com a vitória da Argentina por 3 a 1. Foi uma explosão de alegria. Jogadores no campo, torcida nas arquibancadas e no campo. Eis que de repente um homem sem braços ‘abraça’, os já abraçados, o zagueiro Tarantine e o goleiro Fillol.

          Mesmo sem os braços, aquele foi o Abraço da Alma. A alma de todos os argentinos que sofreram com a Guerra Suja, que continuaria por mais alguns anos. 


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